terça-feira, 12 de janeiro de 2010

mais um dia, e sinto nojo, nojo de tudo que me cerca, mas não de uma forma existencialista poética literária já longamente glosada e excessivamente utilizada por um enxame de escritores egocêntricos, não, quero dizer de uma forma um pouco mais crua e com certeza mais realista, até mesmo analítica se me der na veneta de analisá-la (o que provavelmente não acontecerá já que fora nojo sinto tédio, e esse, parceiro constante de meus dias já longamente presente, não permite que eu passe muito tempo a fazer qualquer coisa que o gere ou o traga a tona explicitamente, sendo muito fácil se jogar sobre o leito, até mesmo em pleno dia, e ligar o som com cerca de 4869 músicas [cerca não que esse é o numero exata, mas existem as repetidas... bem, que seja] até que o sono venha e a ordem aleatória dos pequenos opúsculo sonoros sejam o suficiente de lhe manter fora da sempre presente ameaça do tédio... a não ser que a aleatoriedade se torne padrão... dai resta o silencio... felizmente o sono vem antes).

O nojo, nosso assunto inicial, surgiu ontem (de ontem), lembrando aos poucos quão sujo o meu redor estava. não que algo falte limpeza, ou que a chuva constante tenha umedecido tudo a ponto de não mais haver como tirar as folhas mortas do quintal, estas que, já mortas, só vivem para apodrecer e alimentar uma nova forma de vida, mas o problema é que não estão no solo, não tem o contato necessário com a terra para poderem ser absorvidas e putrefadas corretamente e servir de alimento para sabe-se lá o que as coma. não, elas se encontram firmemente caídas sob o concreto (fortemente embolorado sim, mas ainda concreto). ali só podem servir de esconderijo para baratas e outras criaturas asquerosas da noite. e, como não tenho nenhuma preleção por personagens claricianas, não vejo beneficio algum em ter baratas andando pela casa, prefiro-as mortas.

Mas o nojo que sinto não é de baratas, essas só me aparecem como desagradáveis e mal queridas entre as criaturas de Deus, não, o que me dá nojo são justamente aqueles que andam ao meu lado, silenciosamente clamando morais e respeito, para quando a noite cair poder usá-los como pretextos para se empanzinar nas entranhas do inferno...

Bem, quieto fico... vejo ainda algo e estou entediado mais que com nojo agora, enfurnado nas minhas quatro paredes, isolado...
talvez seja por isso que eu prefira os cães tem hora...

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